Mestre Anderson Miguel nos alerta na música Eficiente que não canta à toa. Incentivado pela família, aos oito anos ele já participava de ensaios e encontros de Maracatu de Baque Solto na Zona da Mata de Pernambuco. Depois, assumiu o posto de contra-mestre dos veteranos Mestre Aderito, seu pai, e Mestre Zé Flor, que lhe transmitiram o conhecimento sobre a prática centenária do maracatu.
Hoje, Anderson é cirandeiro respeitado e também mestre do Águia Misteriosa. Participou, ainda, do Cambinda Brasileira, o grupo de Baque Solto mais antigo em atividade, com 100 anos de história.
Anderson possui conhecimento sobre sua matriz cultural, mas não permite que a densidade da história determine seu destino. Expoente de uma nova geração do maracatu e ciranda, ele traz consigo o imperativo da mudança. Para ele, a ancestralidade lhe serve para recriar caminhos num pretérito do futuro que se afirma no futuro do pretérito em um instante de invenção ininterrupta. Como ele mesmo canta: “Se a imagem for viva, ela mora no hoje e na hora em que aconteceu”.
Com produção de Siba, Sonorosa é o terceiro disco de Anderson. Conta com participações de Juçara Marçal (em O Cirandeiro), Jorge Du Peixe (voz e co-autor de No Hoje e Na Hora) e Beto Villares (sintetizador modular em No Hoje), além do próprio Siba, que assina os versos de O Cirandeiro, Sonorosa e No Hoje e Na Hora, em parceria com o mestre nazareno.
Foi com SIBA que Anderson subiu ao palco para apresentação no XIX Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros.