Entre Pajelanças, Xirês de candomblé e a Encantaria das Ruas, Zezé Menezes de Yemanjá e Henrique Menezes dão origem ao show “Encantarias do Maranhão”. Um espetáculo que começa muito antes dos dois, se formando na memória contada de seus ancestrais. Mãe e filho trazem as sabedorias do tambor de Mina e das brincadeiras tradicionais de sua terra natal, nos convidando a conhecer um pouco dessa cultura tão importante para a identidade brasileira.
Zezé Menezes (Mestra Zezé de Yemanjá)
Maria José Reis de Menezes, conhecida como Mestra Zezé de Yemanjá ou simplesmente Zezé Menezes, é uma respeitada musicista e arte-educadora, guardiã das tradições da Casa Fanti-Ashanti, localizada em São Luís (MA).
É Caixeira do Divino Espírito Santo e Ekedi da Casa Fanti‑Ashanti, reconhecida por seu profundo conhecimento dos diversos gêneros ritualísticos da casa, como o Tambor de Mina, Tambor de Crioula, Candomblé, Carimbó de Caixa, Pajelança, Baião de Princesas, Canjerê, Samba Angola, Bumba‑Boi, Festa do Divino, entre outros. Pelo Brasil, Zezé ministra oficinas sobre caixa do Divino Espírito Santo e sobre tambor de crioula, contribuindo para a capacitação artística e cultural de comunidades.
Zezé também integra o grupo "Ponto Br", e há mais de duas décadas realiza o tradicional Festejo do Divino em São Paulo, na Associação Cachuêra!, em São Paulo, onde vive há alguns anos. Por meio de sua arte, liderança e dedicação, ela promove vivência, educação e transmissão ancestral, mantendo vivas tradições que ecoam na memória e na cultura brasileira.
Sua história com o Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros é antiga. Ela já se apresentou por diversas vezes com o grupo "Ponto BR", com suas irmãs e filha, no grupo conhecido como "Família Menezes" e em muitas outras oportunidades. É parte da história deste encontro que acontece no coração do Brasil.
Henrique Menezes
José Henrique Reis de Menezes, mais conhecido como Henrique Menezes, é uma respeitada figura da cultura popular maranhense, nascido em São Luís do Maranhão e atualmente radicado em São Paulo. Henrique iniciou sua trajetória cultural na Casa Fanti-Ashanti, o tradicional terreiro de matriz afro-brasileira em São Luís, onde exerce a importante função de primeiro Ogã Alabê do Maranhão - responsável pela direção musical e percussiva, considerado o “maestro da percussão” da casa. Desde muito jovem, aprofundou-se em manifestações típicas da cultura maranhense, como Tambor de Mina, Tambor de Crioula, Cacuriá, Bumba-meu-Boi, Baião de Princesas, além das Salvas do Divino Espírito Santo.
Em São Paulo desde 1992, Henrique continua difundindo as tradições populares por meio de oficinas e apresentações. Ele ministra atividades de dança e música voltadas ao bumba-meu-boi, tambor de crioula, cacuriá e brincadeiras cantadas para públicos diversos, incluindo crianças e educadores. É integrante de grupos culturais relevantes na cena paulistana como: Grupo Cupuaçu, dedicado à arte popular maranhense e presente na comunidade do Morro do Querosene desde 1993; Grupo Pé no Terreiro, formado por educadores para estudo e prática da música e dança popular; O coletivo Ponto BR, que promove o encontro entre a música tradicional e contemporânea; Henrique Menezes & Banda Bom Q Dói ou Henrique Menezes e os Alabês, que trazem à circulação nacional as tradições afro-brasileiras;
Henrique participou de gravações pelos CDs “Caixeiras Cantam para o Divino” (Itaú Cultural), “Baião de Princesas”, “Tambor de Mina na Virada Pra Mata”, “Tambor de Mina Raiz Nagô” e “Tambor de Crioula de Taboca”, registros que marcam sua atuação como divulgador das expressões religiosas e culturais do Maranhão.