Rainha Ginga Francisca Dias
Personagem

Rainha Ginga Francisca Dias

Francisca Dias, conhecida como Rainha Ginga Preta, é Mestra do Maçambique do Reinado Negro, tradição de matriz africana Bantu presente no litoral norte do Rio Grande do Sul. Nascida e criada no Quilombo do Morro Alto (entre Osório e Maquiné, RS), é uma das principais guardiãs dessa herança cultural afro-brasileira. Atualmente, coordena o Grupo/Congada do Maçambique e exerce a função de Rainha Ginga, sucedendo uma linhagem de mestras notáveis: Maria Teresa Joaquina de Oliveira (1954-1980), Tomásia Oliveira (1980-2005) e Severina Maria Francisca Dias.

Ao longo de sua vida, Rainha Ginga Preta tem desempenhado papel fundamental na preservação, transmissão e fortalecimento do Maçambique, manifestação que integra fé, dança, música e memória coletiva. Sua liderança vai além da condução do grupo: é símbolo de resistência cultural, de afirmação identitária e de continuidade da tradição do Reinado Negro no sul do Brasil.

Sua trajetória é marcada também por diversos reconhecimentos nacionais e regionais:

  • Prêmio Comenda João Cândido Felisberto (2005), concedido pela Ceppir do GHC (Hospital Conceição-RS), pelo trabalho em defesa da cultura negra;
  • Prêmio Culturas Populares – Mestra Dona Izabel (2009), categoria Grupos/Região Sul, concedido pelo Ministério da Cultura (DF);
  • Diploma de Reconhecimento durante a Semana do Folclore, Congada Gaúcha, da Comissão Gaúcha de Folclore (2010);
  • Prêmio Culturas Populares – Edição Leandro Gomes de Barros (2017), categoria “Herdeiros de Mestres e Mestras In Memoriam” (11º lugar);
  • Prêmio Conselho Estadual de Cultura do RS (2018), Destaque em Cultura – Tradição e Folclore.

Com dedicação e compromisso, Rainha Ginga Francisca Dia mantém viva a força ancestral do Maçambique e do Reinado Negro, consolidando-se como referência no cenário cultural gaúcho e nacional, inspirando novas gerações a reconhecer e valorizar a herança africana no Brasil.

   

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